Entrevista com Bia Carneiro

Beattriz é corredora de vaquejada e apaixonada por cavalos assim como nós, conversarmos com ela sobre como ela começou no esporte e quais dificuldades encontrou.

Confira a entrevista abaixo:

Como você começou a relação com os cavalos?

O meu pai já corria vaquejada, então essa relação acabou vindo de berço.

Lembra qual foi o seu primeiro cavalo?

Meu primeiro cavalo foi um cavalo de pelagem pampa, um Mangalarga Marchador, seu nome era Guerreiro.

Antes de Vaquejada você chegou a praticar algum esporte equestre?

Não, o único esporte equestre que pratiquei sempre foi a vaquejada.

Quando foi que surgiu o interesse na Vaquejada?

Meu pai sempre me levava para seus treinos quando eu era pequena, e desde o primeiro momento que eu tive esse contato eu queria correr, ele não deixava, mas acabou cedendo quando eu tinha 6/7 anos.

Você teve alguma dificuldade para aprender a correr boi? Quais foram as maiores dificuldades no início?

Claro que a gente tá sempre errando e aprendendo, mas eu não tive muita dificuldade em si tratando do básico, porque eu segui todos os passos sem pular partes. Mas se tiver que ressaltar um ponto em que me atrapalhei mais era na hora de fazer a volta e controlar o cavalo ao mesmo tempo, nada que treinando não resolvesse.

Como eram as provas quando você começou a correr?

No tempo que comecei vaquejada era um terreno de poucas regras, não tinha protetores de rabos, nem uso obrigatório de capacete, chicote e marcas de esporas com sangue em cavalos era algo normal, na época também poderia dá o que chamam de babaloo, que é quando o boi sai da segunda faixa e é carregado de volta para dentro até cair, hoje se ele passa da segunda é zero. É bom ver e participar de toda essa evolução que tá sendo a vaquejada.

Você teve apoio dos seus pais?

Sempre, meus pais sempre me apoiaram, inclusive nunca teria começado se não fosse por meu pai, graças a ele tive esse contato com esse ramo.

A Vaquejada é um esporte que pode machucar e você já se machucou alguma vez? Quais cuidados você toma para se proteger?

Correndo mesmo, é já me machuquei uma vez sério, puxei um boi de mal jeito e acabei dando um jeito na lombar, passei mais de um ano sem conseguir montar em um cavalo, tive que fazer fisioterapia, e só então voltei. Hoje tento tomar mais cuidados nos movimentos, uso todas a proteções necessárias, como caneleiras, enrolar os dedos, capacete, etc…

Qual título mais importante que você ganhou?

Para ser sincera, não me vem um mais importante, para mim todos são igualmente importantes para mim.

Tem algum título especial que você queira ganhar?

Atualmente não tenho nenhum, até porque não estou participando de circuitos no momento.

Hoje já temos grandes vaqueiras correndo vaquejada, quais atletas te inspiram?

Vai parecer clichê, mas a verdade é que todas me inspiram, porque todas lutam suas batalhas diárias para estar onde estão. Todas tem suas dificuldades para estar correndo nesse meio e isso já é inspirador.

Tem alguma superstição antes de entrar nas pistas?

Sim, oro e me benzo antes de entrar nas pistas, e costumo bater a luva no ferro ou na parede antes de pedir o boi (esse acho que não seja nem uma superstição, é mais um cacoete, rsrs). Costumo rezar o terço pedindo proteção na noite anterior a vaquejada também.

Já sofreu algum tipo de preconceito?

Uma pessoa uma vez disse ao meu pai que mulher não era pra estar correndo boi, era pra estar em casa ou fazendo algo “feminino”, que isso não era meio de mulher estar. Sorte a minha que meu pai não é tão machista como ele. Rsrs

O que tem que melhorar na categoria feminina?

Eu acredito que toda melhoria que tenha a vim na categoria só poderá ser feita de forma gradual. Não adianta pedirmos uma premiação alta, se pouquíssimas meninas competem, temos que entender o lado dos organizadores, que acabariam no prejuízo. Acho que o primeiro passo para melhorar a categoria é o incentivo, é o apoio. São tantas meninas que querem essa oportunidade de aprender, e ao mesmo tantas pessoas que tem estrutura de dá esse apoio.

Que conselho você daria para uma menina que gostaria de começar a correr boi?

Não se desmotive, persista. E o mais importante, não se corrompa, mantenha sua essência, sua hora vai chegar.

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